Profissionais do trade entendem que a influência digital também é importante na decisão por um destino ou produto turístico.
Em matéria divulgada na edição 1366 da Revista Panrotas, foram apresentados dados sobre como agentes de viagem se relacionam com influenciadores, especialmente por meio das mídias sociais. Nesta segunda parte do relatório de resultados, são avaliadas as respostas dos profissionais do turismo que não atuam diretamente na intermediação de viagens, ou seja, são em sua maioria fornecedores que mantém relações com agências e operadoras para comercialização de seus produtos e serviços.
Do total de 1258 respostas válidas, coletadas entre fevereiro e março de 2019, 431 (34,4% do total de respostas) não se identificaram como agentes ou operadores de viagem (fig.1). Entre as 431 respostas foram listadas pelo menos 65 diferentes ocupações, sendo as mais citadas os profissionais de marketing, publicidade e relações públicas (22,6%), hotelaria e outros meios de hospedagem (14,1%), companhias aéreas (7,8%), representação de destinos (6,7%) e organização de eventos (6,3%). (fig.2). A maior parte dos respondentes (45%) é funcionário das empresas, 26% é proprietário e 16% são consultores ou freelancers. (fig.3)
Os profissionais do trade possuem perfis, principalmente, no Facebook, Instagram e LinkedIn. O Instagram é o preferido (94,2%), seguido por Facebook (88,8%) e LinkedIn (64,7%). Twitter (36,2%) e Pinterest (25,3%) aparecem na sequência. Tumblr, Snapchat e Youtube também foram mencionados, mas com pouca incidência. Para este grupo de profissionais, o Instagram é a preferência indubitável – a cada dez pessoas, sete preferem o Instagram, duas o Facebook e uma o LinkedIn (em números arredondados). (fig.4).
Há um relativo equilíbrio nas respostas em relação à interação com clientes por meio do perfil nas redes sociais – 48,3% dizem não interagir, enquanto 51,7% afirmaram que sim, há interação com clientes por meio das redes. É interessante notar, entretanto, que somente 17% dos entrevistados dizem que não compartilham dicas de viagem nas redes. 81% compartilham dicas, sendo que 43% o fazem com muita frequência e 38% com pouca frequência. (fig.5)
Indagados sobre fontes de informação no cotidiano, há uma distribuição bastante equilibrada entre as fontes via internet e a mídia tradicional. Portais especializados (UOL, G1, Terra) lideram no digital (65,1%) e os principais jornais (Folha de S. Paulo, O Globo, etc – 38,5%) e canais de tv a cabo (BandNews, GloboNews – 44,7%) são as fontes da preferidas da mídia tradicional. Chamou a atenção o fato de que 52,6% dos respondentes aponta o WhatsApp como uma fonte de informação confiável para as informações do dia-a-dia e 38,5% se informam pelo Facebook. (fig.6).
Em relação às informações ligadas à sua área de atuação profissional, os portais especializados (67,1%) e listas personalizadas de e-mails (42,3%) são os mais citados, empatando com o Instagram (43,2%). Neste caso, o WhatsApp aparece com 25,1% das citações. (Lembrando que esta questão permitia mais de uma resposta por pessoa). (fig. 7)
Na seção dedicada a entender o que influencia a escolha dos destinos de viagem dos brasileiros, três opções aparecem tecnicamente empatadas (novamente, a pergunta permitia mais de uma resposta por pessoa): preço das passagens (63,8%), promoções (63,5%) e posts de amigos nas redes sociais (63,5%). Celebridades aparecem na sequência (55,5%), bem como as informações de blogs de viagem (51%). (fig. 8).
Convidados a selecionar o item mais importante, as promoções lideram (23%). Ainda assim, cabe destacar que preço e promoções combinados (39%) não ficam muito distantes da influência de amigos e de celebridades (32,6%, somados). (fig. 9)
Para este grupo de profissionais fica ainda mais evidente o papel do Instagram como uma ferramenta ágil e que permite atualização sobre o que clientes buscam em viagens (60,9%). As notícias divulgadas em portais especializados são a segunda fonte mais citada (54,4%), e a busca direta via mecanismos de pesquisa na internet (53%) logo em seguida. (fig. 10).
“Podemos notar um comportamento muito similar entre os agentes de viagens e os demais profissionais do trade no que tange a influência digital em turismo”, afirma Alberto G. Martins, diretor da B4Tcomm e coordenador da pesquisa. Porém, segundo o executivo, há uma assimilação maior do poder da influência de blogueiros, celebridades, Instagramers e YouTubers quando o que queremos saber é o que mais influencia a decisão do viajante. “Preço, posts de celebridades, influenciadores e até os posts de amigos nas redes sociais disputam igualmente seu lugar ao sol, como podemos verificar no gráfico 9”, completa Alberto.
O fato de alguns dos profissionais que responderam a pesquisa atuarem na área de Marketing, Publicidade e Relações Públicas corrobora para avaliação final de que, para um plano de comunicação eficaz não se pode colocar todos os ovos em uma mesma cesta. Diversificar as estratégias, bem como os influenciadores selecionados para determinadas campanhas, tende a, no médio e longo prazos, trazer resultados mais consistentes.