4 PERGUNTAS – GERMAN CARMONA

19-05-2020

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German Carmona combina publicidade, jornalismo e história da arte com muitas viagens. Reconhecido por construir e resgatar o prestígio de marcas como Air France, KLM e GOL, atualmente é consultor de estratégia de branding e inovação. Entre as palestras sobre reposicionamento de marcas, inovação no mundo corporativo e patrocínio a grandes eventos, e jurado de prêmios de marketing e criatividade, German apresenta o podcast Freestyle e edita o Caderno SOU sobre diversidade e representatividade.

As conversas com ele sempre rendem ótimos insights e bons prognósticos. Recline a poltrona e aproveite mais esse papo da nossa série especial “Inspirar para não pirar”.

German Carmona na companhia de Daniella Cachich e Lúcio Ribeiro.

1- Como surgiu a ideia do Freestyle?

German Carmona: O podcast Freestyle é um verdadeiro papo de mesa de jantar de amigos. A ideia surgiu justamente na mesa de um restaurante, dos muitos que faço com a Daniela Cachich, vice-presidente de marketing da Pepsico, e com o Lúcio Ribeiro, jornalista de cultura e curador do festival Popload, nosso hobby.

Pensamos, por que não gravar esses encontros gastronômicos e convidar gente bacana para conversar conosco? Sem roteiro, sem temas pré-estabelecidos, sem todo mundo falando sobre os mesmos assuntos de sempre. No melhor estilo freestyle, mas com muito repertório. A primeira temporada já está gravada e a lista de convidados já garante novos episódios para mais de dois anos.

2- De 2019 pra cá vimos uma explosão do podcast como uma mídia alternativa da comunicação, inclusive na corporativa. Que benefícios o podcast traz para ouvintes e empresas?

German: Realmente, podcast é uma das novas mídias do momento. Eu diria que antes da quarentena era “A” mídia do momento, mas agora soma-se às “lives” do Instagram, que também estão em alta. Mas sim, o consumo de podcasts no Brasil vem ficando cada vez mais forte desde o final do ano passado. Eu sou um fã dos podcasts, você tem programas muito interessantes desde aqueles com conteúdo jornalístico diário até programas de entretenimento, de ficção, por exemplo. A gama de conteúdo é grande, e é perfeita para ser consumida em movimento: antigamente no deslocamento casa – trabalho – casa, ou durante treino na academia. Agora, para consumo caseiro, por exemplo enquanto se faz alguma tarefa doméstica. É um entretenimento muito bacana e atual. E em termos de benefício para as empresas, Podcasts têm inovado no formato de propaganda ao transformar conteúdo publicitário em conteúdo de maior valor para o ouvinte.

3- Você atua há muito tempo no Turismo, mas sempre foi muito ligado com outras áreas. O que você vê por aí que o Turismo ainda não faz – ou não faz bem – e que poderia fazer?

German: Sempre advoguei por mais criatividade nas estratégias de comunicação da nossa indústria. Ousar é preciso! Claro que ousadia com análise de risco, para alcance e superação do objetivo. E isto é tão interessante, pois quando uma empresa ou uma marca do Turismo inova em sua estratégia ou mensagem, o alcance, a eficácia e o reconhecimento são imediatos. Repito sempre que a indústria do Turismo tem a vantagem de oferecer um serviço que é bem quisto e almejado por todos: Viajar é realizar um sonho. As pessoas buscam experiências, e viajar oferece exatamente isso. Ou seja, já partimos com vantagem, diferente de outras indústrias que precisam convencer/criar o hábito de consumo. Então, por que não inovar?

4- Enquanto você esteve à frente da comunicação da Air France KLM e Gol, a B4Tcomm atuou como agência de comunicação dessas empresas especificamente para o relacionamento com os influenciadores digitais. Quando você identificou que esse público deveria ser tratado separadamente da imprensa tradicional e como você avalia o resultado dessa estratégia?

German: Sim, trabalhamos juntos durante anos atuando neste relacionamento com influenciadores. Eu diria mais, nós juntos contribuímos para a construção do modelo de relação entre os influenciadores e a indústria do turismo. Logo que entrei na Air France KLM comecei a inserir as redes sociais na estratégia de comunicação das marcas. Estamos falando da época em que nós brasileiros usávamos o Orkut e estávamos migrando para o Facebook 😉 E neste período começaram as primeiras conversas com os blogueiros da época, amantes de viagem que faziam seus relatos em seus blogs. Mas já estava claro que se tratava de uma nova frente de comunicação, diferente da mídia tradicional, com demandas e resultados diferentes e complementares. Desde então esta frente se sofisticou e ganhou muito mais relevância; os blogueiros evoluíram influenciadores, e hoje são “creators”, criadores de conteúdo fundamentais para toda estratégia de comunicação, de todas as indústrias.