08-06-2020
Dos palcos internacionais, como no Festival de Montreux (Suíça) e Türbigen Music Festival (Alemanha), além de Nova Iorque, Japão e Itália por onde pisou ao longo da carreira, a brasilidade de Luciana Mello aterrissa em nossa série “Inspirar para não pirar”. Com sete trabalhos solos, também participou com sua voz marcante de discos de ícones da música brasileira, como Jair Rodrigues, Luiz Melodia, Tom Zé, Sandra de Sá, Pedro Mariano, Otto, entre outros.
Fã declarada de Michael Jackson, Emílio Santiago, Maria Bethânia e Djavan, em 2020 Luciana está comemorando 35 anos na música e já lançou dois novos singles, o clássico Sufoco e Como Um Caso de Amor. Após o falecimento do pai em 2014, Luciana Mello lançou o álbum “Na Luz do Samba”, em 2016, um disco inteiramente dedicado à Jair Rodrigues, indicado ao Grammy Latino 2017 como melhor álbum de samba. Entre suas nove faixas estão “Na Correria”, música-tema da personagem de Grazi Massafera, Paloma da Silva, protagonista da novela Bom Sucesso, da TV Globo, e “Roda de Baiana”, que traz nos vocais sua primogênita Nina Levy, na época com 7 anos.
Entre uma live e outra, Luciana Mello apertou o pause do seu dia-a-dia para conversar com a B4Tcomm.
1- O segmento de entretenimento foi altamente impactado pela pandemia da Covid-19. Como se reinventar em uma época de incertezas?
Luciana Mello: Durante as crises, os profissionais que trabalham com entretenimento são os primeiros a precisarem da criatividade para continuarem sobrevivendo de arte. Infelizmente minha profissão é considerada supérflua, o que é também um paradoxo, já que agora o que tem acalmado um pouco o coração e a mente das pessoas é justamente a música, a arte! 🤷🏽♀️ E agora temos que nos acostumar com as lives, que é muito diferente dos shows presenciais, mas já são uma realidade. E que têm seu lado bom: são muito mais intimistas e possibilitam que a gente consiga interagir com o público também!
2- Em 2020 você está completando 35 anos de carreira. Podemos esperar algum novo projeto para essa comemoração especial?
Luciana Mello: Sim! Estamos planejando um DVD especial para depois que essa pandemia passar. Teremos participações especiais, os grandes sucessos e muito samba pra ilustrar tudo que faz parte da minha carreira. 😃
Além do DVD, estou co-produzindo com a Santa Rita Filmes o documentário “Jairzão”, dirigido por Alexandre Sorriso, que vai contar a história de Jair Rodrigues, ícone da cultura brasileira, através do olhar dos filhos! Estamos na fase de captação de patrocínio para darmos sequência à produção.
3- Conciliar a carreira, os filhos, o casamento e a individualidade sempre é desafiador para mulheres guerreiras como você. Que lições da quarentena você levará para o novo mundo que está se desenhando pós-pandemia?
Luciana: Obrigada! 🤗 Temos muito amor e respeito à individualidade de cada um aqui em casa, o que, graças a Deus, nos ajuda muito num caso de confinamento como esse. Como sempre estivemos muito juntos, a gente aprende a observar e perceber quando o outro precisa de silêncio, de ser deixado quietinho, sabe? E nos organizamos para cada um ajudar mais nos afazeres domésticos. A casa é de todos e todos precisam cuidar dela, né? 😉 Outra coisa que estou curtindo é ganhar um abraço e vários beijos durante a aula das crianças. Não tem preço! 🙏🏾
4- As lives têm derrubado a internet e atraído milhares de espectadores para esse novo formato de show. Como os fãs têm recebido esse conteúdo e qual a relação das marcas com a música?
Luciana: Como eu disse, essas lives já são uma nova forma de fazer shows para todos os artistas e acredito que os fãs também estão adorando esse lance de poder receber o show do artista favorito na própria sala! As marcas também estão começando a entender que esse pode ser mais um recurso pra atingirem seu público-alvo através da internet. E a gente aprendeu que é possível levar nossa música pra qualquer lugar do mundo da sala da nossa própria casa. Espero que mais marcas apoiem os artistas brasileiros, porque mesmo sendo uma live mais intimista, os custos ainda existem, desde ajuda na produção, o (os) músico(s) e o equipamento, que muitos precisam alugar para fazer uma live com qualidade sonora e visual.