Se tem alguém que sabe como ativar a vitamina D no organismo, esse alguém é Ricardo Moreno, fundador da The Summer Hunter, plataforma de conteúdo que celebra as pessoas, lugares e vibrações mais solares do nosso tempo.
Jornalista de formação e caçador de verão por determinação, Ricardo tem reportagens publicadas no Brasil e exterior em veículos renomados como Wallpaper*, Wired, Freunde von Freunden, El País, GQ, piauí, Folha de São Paulo e muitos outros. Também é correspondente freelancer da revista Monocle no Brasil.
Mas é atrás do astro-rei que ele busca inspiração para os projetos especiais que desenvolve para marcas como Air France, GOL Linhas Aéreas, AccorHotels, Ambev, Grupo Campari e Coty.
Moreno até no nome, nesse momento Ricardo está em casa curtindo a quarentena, como grande parte dos brasileiros, mas nem por isso perde a cor de suas palavras e atitudes para nos inspirar nessa energizante entrevista. Faça sua pausa diária e venha tomar esse banho de sol com a gente!
Ricardo Moreno: Entendo que a relação que se cria com um produto real, em 3 dimensões, com cheiro, peso e textura, é infinitamente mais duradouro e real do que com uma tela, ainda que a escala de impacto seja menor. No entanto, também percebo que o antigo modelo de se fazer negócio com revista, o qual transformou a Editora Abril, por exemplo, em uma das mais desejadas e respeitadas do Brasil, terminou. Grandes folhas de pagamento, necessidade de exposição e venda em bancas de jornais, exceções editoriais para se ter uma capa mais “vendedora” e publicidade tradicional já eram. Sigo acreditando no formato de assinatura, ainda que num modelo diferente. O segredo da resistência das mídias off-line, no meu caso pelo menos, é se manter pequeno, enxuto, e não ter na revista impressa a sua principal fonte de renda. No caso do The Summer Hunter, as nossas revistas saem pagas, com o patrocínio de grandes marcas a exemplo da GOL Linhas Aéreas, Accor e Ambev. E a revista é apenas a cereja do bolo de uma entrega que vai além e passa por conteúdo em textos, fotos, vídeos e áudios presentes em nosso site, instagram, spotify e culminam nas plataformas proprietárias do cliente. Curiosamente, decidi fazer a 4ª edição da revista somente digital, num formato para download para celular em PDF. Algo que, ainda que digam por aí que é inventivo, é mais antigo que a própria internet. Mas foi a maneira que encontrei para chegar às pessoas num momento em que ninguém sai de casa e lojas e bares estão fechados.
Ricardo: São questões filosóficas e outras bem práticas: para onde quero ir, com quem quero ir e como quero ir? Qual o ritmo da minha caminhada, por qual estrada e para qual destino.
Ricardo: Como reescrever a história da minha própria marca é outra das minhas perguntas [risos]. Mas vejo uma chance boa para alguns segmentos: locadoras de automóveis e seguros de viagem, por exemplo. Se essas empresas não forem criativas agora, vão perder uma oportunidade de gerar conteúdo verdadeiro, que inspire, informe e ajude num momento em que pesquisas apontam para uma tendência em viagens curtas, de carro. As pessoas entendem que o mais seguro a fazer agora é não estarem muito longe de suas casas. Não que eu não ache que, assim que as fronteiras se abrirem e as companhias aéreas voltarem a operar mais voos, as filas da imigração não estarão gigantes em poucos dias. Mas não me vejo como a pessoa ideal para dizer como reescrever histórias de marcas — seria pretensioso demais. Sou apenas um jornalista que gosta de viajar para onde tem sol e tento ganhar algum dinheiro com isso.
Ricardo: Iria correndo para Costa Brava, na Espanha. E um pouquinho em Portugal também. Mas nem entrar nesses países, por ora, a gente consegue. Felizmente temos mais de 7 mil km de costa. Com esse calorzinho de outono, também não pensaria duas vezes em ir para Santo André, na Bahia. Dá para passar um ano viajando de motorhome pelas praias do Brasil. E mapeando lugares até então pouco conhecidos. Vamos vender juntos esse projeto? [risos].