Agentes de Viagens e Influenciadores Digitais juntos pelo Turismo Brasileiro

09-04-2019

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Em pesquisa inédita desenvolvida pela B4Tcomm, agentes reconhecem a força de blogueiros, Instagramers e YouTubers na promoção de destinos e serviços turísticos

Que as mídias sociais chegaram para alterar completamente tudo o que se sabia sobre marketing e vendas, não há dúvida. Todos (ou quase todos) estão online, compartilhando informações, fotos e vídeos sobre tudo, emitindo opiniões, construindo e destruindo reputações, revisitando completamente a noção de fama, alcance e, especialmente, nos fazendo querer entender melhor o que é o mundo dos influenciadores.

A B4TComm, agência de comunicação especializada em Turismo e Lifestyle, realizou, em parceria com a Panrotas, uma pesquisa com os profissionais do turismo brasileiro para entender melhor quem, de fato, cumpre o papel de influenciador no setor, e de que maneira acontece essa influência. Tal pesquisa, para além de saciar os curiosos e interessados no tema, tem um importante objetivo – orientar os profissionais do setor no momento do planejamento das ações de comunicação – ponderando aspectos que hoje são importantes e que, anteriormente, não eram necessariamente levados em consideração.

Nesta primeira parte do relatório de resultados, o foco são as respostas dos profissionais que atuam com o agenciamento de viagens. Foram coletadas 1258 respostas válidas e, deste total, 827 (65,6%) se identificaram como Agente de Viagens. Deste volume, 66% atuam em uma agência de viagem tradicional, 23% em uma operadora, 7% em uma OTA, 4% em consolidadora. Houve equilíbrio entre o papel dos respondentes – 47% eram proprietários e 45% funcionários ou consultores. Apenas 6% se identificaram como freelancers e 2% como estagiários.

Por meio de questão aberta, foi possível identificar que agentes de viagem têm perfis em diferentes redes sociais, porém lideram as menções o Facebook (91,3%) e o Instagram (88,8%). O terceiro colocado foi o LinkedIn, mas com uma grande diferença (44,7%). Foram mencionados também Tumblr, Pinterest, YouTube, Snapchat e outros que não são considerados redes sociais de amplo alcance. Solicitados a identificar a rede que mais usam (fig.1) , o Instagram foi o mais mencionado (57%), com quase o dobro das menções do Facebook (29,6%). Nesta questão, em que se aceitava apenas uma resposta, o LinkedIn segue em terceiro lugar, porém com apenas 7,6% das respostas e as demais redes, somadas, representam 6,1% do total.

Mais de dois terços (69,4%) dos entrevistados afirmou que interage com seus clientes via rede social, compartilhando notícias e dicas de viagem em seus perfis pessoais (fig. 2) . Dos profissionais entrevistados, somente 11% disseram que não compartilham informações nas redes (fig.3), o que nos permite afirmar que o uso das redes sociais para troca de informações é uma realidade inegável (53,2% compartilham com muita frequência e 34,8% compartilham com pouca frequência).

Naturalmente, agentes de viagem não consomem apenas informações sobre o universo profissional, e para se manterem atualizados sobre as notícias cotidianas, aquelas que chegam por meio de equipamentos conectados à internet representam o maior grupo – portais de notícias como UOL, Terra, G1, sites dos principais jornais impressos (como Folha de S. Paulo, O Globo), Instagram, Facebook, WhatsApp e Listas personalizadas de e-mail (newsletters). Entretanto, a mídia em formato tradicional também foi citada – jornais impressos, TV aberta e a cabo, revistas e rádio. Curiosamente, a distribuição entre as opções é mais uniforme, indicando que agentes de viagem brasileiros se informam naturalmente por diferentes canais, e simultaneamente.

Perguntados sobre as fontes de informação sobre seu trabalho no turismo, porém, as respostas indicam preferência por portais especializados, como é o caso do Panrotas, os newsletters especializados, os grandes portais e as redes sociais. Neste caso, os mais citados são Instagram e Facebook. Estas duas perguntas foram perguntas abertas, e cada profissional podia selecionar quantas alternativas entendesse adequado.

Na busca por entender como a decisão da viagem é influenciada, a pergunta aberta sobre o que mais influencia a escolha por destinos, os agentes de viagem indicaram que existe uma combinação entre preço, promoções, divulgação na grande mídia (jornais, revistas, novelas, filmes) e a influência de familiares, amigos e celebridades. O desejo de realizar uma viagem que algum amigo ou conhecido já fez também teve uma expressiva pontuação (fig 4).

Convidados a selecionar o fator que mais influencia a decisão, as alternativas promoções (26%) e preço (14,5%) indicam que aspectos econômicos pesam mais que os outros, porém posts de celebridades (14,8%), de amigos (12,7%) e essa vontade de fazer o que os amigos já fizeram (8%) que os aspectos da inspiração comportamental, mas a diferença é pequena – menos de 5% entre os totais agrupados (fig. 5).

O estudo da B4Tcomm aponta que a Influência Digital em Turismo está diretamente ligada à construção de reputação de um destino ou serviço turístico e que a utilização dos ditos influenciadores digitais (blogueiros, youtubers, instagramers, celebridades e outros) deve ser considerada em qualquer plano de marketing, seja ele direcionado ao cliente final (B2C) ou ao agente de viagens/operador turístico (B2B). O medo que incomodava os profissionais do trade há não muito tempo, quando o surgimento dos influenciadores em turismo despertou certo sentimento de competição comercial, já foi dominado. Não raro vemos as próprias agências e operadoras se utilizando desses canais para promover seus serviços personalizados, destinos representados ou inovações tecnológicas.

Mas vale lembrar que:

  1. Todo plano de comunicação precisa ser de longo prazo
  2. Informação completa garante mais engajamento e compartilhamento
  3. Redes sociais não dispensam os outros canais de informação
  4. Construir reputação leva tempo
  5. Um mesmo plano de comunicação não serve para duas empresas